domingo, janeiro 25, 2009

o curioso caso de benjamin button






o curioso caso de benjamin button conta a história de um bebê que nasce velho e encarquilhado, com artrite e catarata. Parece um monstrinho. a mãe morre no parto. o pai o abandona na escada de um asilo de idosos. o bebê, branco, com aparência de mais de 80 anos, é adotado pela dona do asilo, uma jovem negra que não consegue engravidar. contra todos os prognósticos médicos, benjamin (brad pitt) sobrevive, cresce, rejuvenesce e vive a vida ao contrário. Para quem almeja parecer cada vez mais jovem – e essa é uma síndrome dos nossos tempos – , a vida de benjamin button pode dar a impressão de ser fascinante. mas ele acaba de fraldas, novamente bebê e dependente, com a memória zerada dos recém-nascidos, como se nada tivesse vivido. benjamin acaba rosado, mas, no íntimo, igual a tantos idosos, que esquecem o passado, não pensam mais no futuro e quase perderam a noção do presente.

nada mais apropriado para um longa-metragem, que não pretende ser uma adaptação fiel, mas livremente inspirado no conto do escritor norte-americano f. scott fitzgerald. no conto original, a infância de Benjamin é marcada pela vontade proibida de fumar cigarros, ler enciclopédias e conversar com gente idosa. no filme, o personagem, aos 7 anos, gosta de brincar com soldadinhos de plástico, ainda não sabe ler e quer correr com outras crianças, mas sua condição física o impede. Seu corpo é velho, mas sua mente é infantil. a mudança na trama confere maior empatia ao personagem, além da interpretação sóbria de brad pitt, indicado ao globo de ouro 2009 de melhor ator de drama. a película também recebeu indicações ao prêmio nas categorias de melhor filme dramático, roteiro, trilha sonora original, direção. apesar de não ter conseguido ganhar nenhum, o curioso caso de benjamin button é um dos filmes mais cotados na disputa por indicações ao oscar 2009.


algumas frases do filme martelam a alma. “somos predestinados a perder as pessoas que amamos. de que outra maneira saberíamos como são importantes para nós?” “nunca se sabe o que nos espera.” “nossas vidas são definidas pelas oportunidades, mesmo aquelas que perdemos.” “espero que você leve uma vida da qual se orgulhe. Ou que tenha força para começar tudo de novo.” tudo é passageiro e do fim não se escapa.

4 pensaram:

Leonardo Oliveira disse...

Hey, invadindo o blog: gostei muito do texto. Deu vontade de ler o conto, como também ver o filme.

Abraços...

Leonardo Oliveira disse...

Talvez eu leia o filme e assista ao conto, hehe...

Anônimo disse...

Caramba, eu nem sabia de tudo isso!
Já faz tempo que queria vir ler o texto. May, texto super objetivo.
agora preciso ver o filme.

Um beijo, queriúda!

Pri disse...

Pois é... mas ainda vejo mais vantagens na vida de Beijamin do que na nossa... Nascendo velhos, quando tivessemos 6, não seriamos estúpidos o suficiente para ficar pulando na cama correndo o risco de sofrer um TCE... não andariamos de patins e skate, resultado? menos braços e pernas quebradas...

Quando jovens, seríamos sábios para usar essa aparencia jovem... o corpo permitiria muitas coisas, mas a mente teria o bom senso de analiza-las antes de realiza-las...

Não sairiamos dando para qualquer idiota pq somos jovens e bonitos... dariamos mais valor ao nosso corpo...

Alzhaimer aos 7 anos?? e dai?? quan dá importância para o que uma criança dessa idade fala?!?!

Morrer como bebês com a memória zerada?? e dai, não é assim que nascemos?? e gastariamos menos no enterro, o caixão seria tamanho junior...