domingo, julho 29, 2007

o espaço vazio ainda fazia impor o respeito de quando freqüentava a cama dele.
dividir a cama com quem não está lá é doloroso, e respeitar esse espaço nostálgico era deprimente, mas não o fazia de outra forma mesmo consciente de tal mazelas.
sentia certo prazer em chorar observando o nada entre as ondas dos lençóis e o colchão.
na dor cotidiana tentava entender porque não. com a nuca apoiada nas mãos e o lençol presente em metade de seu corpo, divagava sobre seus demônios. o cigarro fumava apenas depois de certa hora, mesma que ela costumava dormir. não gostava que ele fumasse, e mesmo assim o fazia na janela todas as noites, enquanto bebia o quarto de vinho que insistia em sobrar do jantar.
nesse dia arremessou a garrafa cheia pela janela e se perguntou porque não disse:
- fica.

3 pensaram:

Anônimo disse...

Oi May,

Minha nossa, que lindão o seu texto!
Tristinho o sentimento, mas lindão sim!

“nesse dia arremessou a garrafa cheia pela janela e se perguntou porque não disse:
- fica.”


Pois é! Para que sufocar tanto os sentimentos hein? Orgulho bobo é realmente um problema! E não há mais tempo de reverter esse quadro? E por que ela se foi? Ele fez besteira e a magoou?

Ah, e respondendo a sua pergunta: Sim, nossos corações continuam juntos, ainda que as vezes estejamos separados. Somos mais amigos do que qualquer coisa. Foi triste dizer que não confiava nele, doeu muito em nós, mas era a verdade e eu não queria mentir, justo para ele que tenho enorme carinho e consideração. É estranho como eu me sinto confortável com ele e ao mesmo tempo não confio nele para certas coisas (ressalto: certas coisas).

Beijos

Anônimo disse...

adorei esse texto, escreva mais, escreva sempre linda!!! [ah! eu vou no casamento rolete e vc tb, né?] me liga maluca, hehe bju

Lais Mouriê disse...

Lágrimas nos meus olhos!

E porque nunca dizemos o que queremos dizer?

Essa pergunta me fere hj!

Amei!

Bjus